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Enio Meinen aborda conexão entre cooperativismo e ESG em evento no ES

25/08/2025

O segundo dia de programação do evento ES Coop para o Futuro, realizado nesta sexta (22/8) pelo Sistema OCB/ES com o apoio do Sebrae/ES, foi aberto com uma palestra apresentada pelo diretor de Coordenação Sistêmica, Sustentabilidade e Relações Institucionais do Sicoob, Enio Meinen. Mais de 100 participantes prestigiaram o momento.

A liderança falou sobre o tema “Cooperativismo e abordagem ESG – entregas e compromissos”, mostrando como o modelo de negócio cooperativista tem conexão com práticas ambientais, de governança e sociais. Além disso, ele também apresentou desafios para que essas iniciativas possam ser ainda mais potencializadas nas cooperativas.

Enio Meinen começou a sua palestra trazendo os aspectos do contexto ao refletir sobre como as organizações estão se posicionando sobre esse tema. De acordo com o palestrante, algumas empresas apenas cumprirão o que as regulamentações dizem; outras vão agir motivadas por demandas do cliente ou do mercado; já outras, porque estão filosoficamente convencidas da importância do tema. O cooperativismo se encaixa nessa última categoria.

“Nós não estamos diante de um modismo, como os negacionistas diriam. O ESG, a sustentabilidade no conceito que nós já dominamos hoje, veio para ficar. O mundo precisa se acostumar com ele. Mas o cooperativismo tem que fazer mais do que aceitar. Ele tem que puxar esse tema. Afinal, já nascemos com isso no nosso DNA”, declarou.

O palestrante também trouxe resultados de pesquisas que mostram como a sociedade tem dado importância a esse tema nas organizações. “Isso significa que o consumidor está atento, e as organizações não podem somente trabalhar o ESG para fins de imagem ou para colocar em relatórios. As empresas de vocês realmente estão engajadas?”, questionou.

Meinen destacou que a importância da sustentabilidade econômica é fundamental para garantir que negócios possam promover também as demais dimensões, como a ecológica e a social. E ele também fortaleceu que a adoção de práticas ligadas ao ESG precisa ir além de plantar árvores ou financiar painéis solares, e que não podem ter como motivação, apenas questões de imagem ou a produção de relatórios. “É preciso olhar para o nosso cooperado e para o nosso portfólio, atuando para mudar o curso das coisas”, completou.

Na sequência, ele abordou a relação do cooperativismo com a sustentabilidade. Segundo o palestrante, o movimento cooperativista tem dois compromissos globais pautados nos seus sete princípios: responsabilidade e compromisso com a comunidade. Na avaliação de Meinen, também há um compromisso interno, que é a assinatura do Pacto Global, com um enfoque ainda maior em 2025, que foi declarado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas.

“Nós estamos completamente envolvidos nesse tema. Não tem como fugir. Quando a ONU diz que as cooperativas constroem um mudo melhor, ela está sendo enfática. Mas toda propagando tem um prazo, e precisamos dar respostas dentro desse período ou a gente se perde, e vira uma anti-propaganda”, ressaltou.

Ele também apresentou cinco desafios que merecem a atenção das cooperativas: engajamento e capacitação de lideranças, colaboradores e cooperados; integração da sustentabilidade à estratégia do negócio; qualidade, responsabilidade e uso estratégico de dados ESG; gestão de emissões e adaptação à agenda climática; e atendimento às exigências regulatórias de mercado.

Ele finalizou a palestra mostrando cinco oportunidades para o cooperativismo: maior presença de jovens, sem descuidar do público da melhor idade; justiça e equidade etária e de gênero nos conselhos e outros fóruns representativos; renovação sucessória; engajamento efetivo nas ações de defesa do clima; e os bons feitos do ABC – “Aplicar a Boa Comunicação”, divulgando de forma simples e clara as boas práticas do cooperativismo.